"QUÍMICA, PARA QUE TE QUERO?"
"A química está em todos os lugares no mundo ano nosso redor! Está na comida que comemos, nas roupas, na água,medicamentos, ar, produtos de limpeza, enfim em tudo. A química também é chamada de a “ciência central” por que interliga outras ciências entre si, como a biologia, a física, a geologia e a ciência ambiental"
Extraído do site UNIVERSIA.
No dia
QUE BELA IMAGEM DAS CADEIAS CARBÔNICAS |
E segue no seu besteirol:
"Por que precisamos aprender coisas para esquecer depois da prova e não para nos ajudar a viver?"
Quanta ignorância!
Daqui a pouco vão sugerir também a exclusão da física, da matemática, da biologia e até da língua portuguesa que é a disciplina mais vilipendiada pelas novas gerações de internautas e a sua substituição pelos games e congêneres.
CUIDADOS AO LIDAR COM A QUÍMICA |
Consta que o primeiro químico foi aquele que acendeu a primeira fogueira e domou o fogo. No entanto, a existência da química precede até o Big Bang. Sem o conhecimento da química estaríamos ainda hoje habitando cavernas sombrias e úmidas, comendo carne crua e disputando, em desigualdade de condições, espaços vitais com os outros animais.
A química, perseguida ao longo de séculos por ser uma ciência revolucionária, teve um atraso considerável na sua evolução. Por escrever a primeiríssima teoria atômica e se contrapor à insustentável "teoria dos quatro elementos" aglutinada por Empédocles (492 a.C. – 432 a.C ) defendida por Aristóteles ( 384 a.C. — 322 a.C ) e apoiada por seguidores da Escolástica (1100 a 1500), o revolucionário filósofo Epicuro ( 341 a.C.- 271 ou 270 a.C ) foi execrado pelo obscurantismo reinante durante muitos séculos.
As trevas de uma longa noite quase de dois mil anos foram um entrave ao desenvolvimento da química. No entanto, ela sobreviveu graças a persistência de alguns alquimistas chineses e ocidentais primitivos e, na Idade Média, com as contribuições do genial Paracelsus (1493 — 1541), e de Andreas Libavius ( 1555 - 1616) que escreveu Alchemia, o primeiro livro de procedimentos químicos para a preparação de ácidos fortes.
No século XVII Roberto Boyle (1627 — 1691 ) fincou as bases experimentais para o estabelecimento da química como ciência e Antoine Laurent Lavoisier ( 1743 —1794), um mártir da ciência assassinado pela Revolução Francesa, deu a maior contribuição para a química definitivamente se afirmar no cenário científico.
No século XIX John Dalton (1766 — 1844 ) aperfeiçoou a teoria atômica de Epicuro e, a partir de então, outros cientistas criaram um modelo atômico que, melhorado sucessivamente, chegou até os dias atuais. Com Dalton resgatando e aperfeiçoando a antiga teoria atômica de Epicuro encerrava-se a longa noite de dois mil anos.
Destacamos nessa luta a presença marcante de algumas mulheres com Maria, a judia, a primeira mulher alquimista, uma filosofa grega ou egípcia helenizada que, supostamente, pontificou em Alexandria por volta do ano 273 a.C e que inventou aparelhos de destilação (dibicos, tribicos) e o banho-maria. Também participaram da construção da química a corajosa esposa e
colaboradora de Lavoisier, Marie-Anne Pierrete Paulze ( 1758 — 1836 ) e as cientistas Marie Curie ( 1867 — 1934 ), prêmio Nobel de Física (1903) e Prêmio Nobel de Química ( 1911 ) e Rosalind Franklin (1920 — 1958) precursora da descoberta do DNA, que se imolaram para garantir grandes descobertas contribuindo de maneira inconteste para a melhor qualidade de vida da raça humana.
Na constelação dos grandes cientistas da química do século XX figura, entre outros, Linus Pauling (1901 — 1994 ), o cientista da paz, ganhador do prêmio Nobel de Química (1954) e do prêmio Nobel da Paz (1962). E aqui no Brasil destacam-se Simão Mathias (1908 - 1991) que construiu o primeiro laboratório de físico-química do Brasil e fundou a Sociedade Brasileira de História da Ciência, Ricardo Ferreira (1928-2013 ) e Attico Inácio Chassot (1939), palestrante renomado nas áreas de história da química e educação química, ainda atuante no vigor e na lucidez de seus setenta e cinco anos.
MARIE-ANNE PIERRETE PAULZE E LAVOISIER |
Na constelação dos grandes cientistas da química do século XX figura, entre outros, Linus Pauling (1901 — 1994 ), o cientista da paz, ganhador do prêmio Nobel de Química (1954) e do prêmio Nobel da Paz (1962). E aqui no Brasil destacam-se Simão Mathias (1908 - 1991) que construiu o primeiro laboratório de físico-química do Brasil e fundou a Sociedade Brasileira de História da Ciência, Ricardo Ferreira (1928-2013 ) e Attico Inácio Chassot (1939), palestrante renomado nas áreas de história da química e educação química, ainda atuante no vigor e na lucidez de seus setenta e cinco anos.
Uma história tão rica não pode ser maculada pela paixão tresloucada e inconsequente de ignorantes ou analfabetos funcionais.
Esta não é a primeira manifestação de “intelectual” contra a química. Renato Russo (1960 – 1996) gravou um desabafo Eu odeio química. A diferença é que ele não sugeriu a exclusão da disciplina do currículo das escolas de ensino médio nem destratou os profissionais químicos como fez a atriz: “Não esqueceríamos o que teríamos aprendido se houvesse uma matéria chamada Diálogo, por exemplo. Poder de escuta, argumentação, retórica, articulação de raciocínio aprendidos em anos de estudos semanais garantiriam com certeza melhores conversas por aí. Inclusive entre os químicos”.
O diálogo, prezada senhora atriz, deve permear as relações professor-aluno em todas as disciplinas. Deve ocorrer permanentemente entre pais e filhos que não gostam de estudar e criam gratuita antipatia a disciplinas que lhes exigem maior dedicação e maior esforço. E foi o diálogo que cultivamos em mais de quarenta anos de magistério no ensino médio e superior, nos garantiu sucesso em nosso trabalho e nos trouxe o conforto da sensação do dever cumprido. Ao longo desse tempo formamos profissionais de todas as áreas, principalmente professores de química, muitos dos quais com títulos de mestre e doutor em áreas correlatas.
Entendemos algumas predisposições contra o ensino de química como resultantes de seu pleno desconhecimento ou do despreparado de alguns profissionais. E, nesta compreensão, nas nossas lides de professor, tudo fizemos para desmistificar ideias preconcebidas, utilizando equipamentos modernos, novas metodologias e, por nossa sugestão, introduzindo nos currículos dos cursos de química da Universidade Estadual do Ceará as disciplinas História da Química e Química do Cotidiano. Esta última, a nosso ver, deveria constar como primeira disciplina de química no ensino fundamental.
Talvez a senhora ache que os químicos devam agradecer sensibilizados as suas sugestões. Contudo, mesmo discordando de sua opinião precipitada e inconsequente em um tema que a senhora desconhece, certamente não têm os químicos nenhum reparo ao seu desempenho como talentosa atriz.
Talvez a senhora ache que os químicos devam agradecer sensibilizados as suas sugestões. Contudo, mesmo discordando de sua opinião precipitada e inconsequente em um tema que a senhora desconhece, certamente não têm os químicos nenhum reparo ao seu desempenho como talentosa atriz.
Narra Caio Plínio Segundo, conhecido como Plínio, o Velho ( 23 d.C.— 79 d.C.) que, observando um dos quadros de Apeles (século IV a.C.) pintor grego que pontificou em Alexandria, exposto na via pública, um sapateiro comentou um erro no desenho das sandálias do retrato. Apeles escutou a crítica, aceitou-a com humildade e consertou o erro. No dia seguinte o mesmo sapateiro criticou o desenho das pernas do personagem. Ao escutar a ponderação do sapateiro Apeles respondeu: “Ne supra crepidam sutor judicaret” que, em bom português, significa “não julgue além das sandálias”. Em outras palavras, ninguém deve criticar ou dar palpites sobre aquilo que não conhece.
Referências:
http://www.infoescola.com/biografias/apeles/ página visitada em 18.08.2014
Leituras recomendadas para AMAR E ENTENDER Química:
Referências:
http://www.infoescola.com/biografias/apeles/ página visitada em 18.08.2014
Lynch, John; Mosley, Michael -- Uma História da Ciência - Zahar - 2011
Leituras recomendadas para AMAR E ENTENDER Química:
ABDALLA, Maria Cristina Battone - O discreto charme das partículas elementares - 2006 - Editora - UNESP
ALDERSEY-WILLIAMS, Hug - Histórias Periódicas, a curiosa vida dos elementos - 2013 - Record - RJ/SP
ARNOLD, Nick - Caos Químico - 2006 - Melhoramentos - SP
BELL, Madison Smart - Lavoisier no ano um - 2007 - Cia. das Letras - SP
BUNPEI, Yorifugi - O Fantástico Mundo dos Elementos - A Tabela Periódica personificada - 2013 - Conrad Editora - SP
CHASSOT, Attico I. - A Ciência Através dos Tempos - 2004 - Editora Moderna - SP
CRATO,Nuno - Passeio Aleatório pela Ciência do dia a dia - 2009 - Livraria da Física Editora - SP
CHAGAS, Aécio Pereira - A História Química do Fogo - 2006 - Editora Átomo - Campinas - SP
DEFRANCESCHI, Mireille - La Chimie au quotidien - 2006 -Elipses - France
EMSLEY, John - Vaidade, vitalidade, virilidade a ciência por trás dos produtos que você adora consumir - 2004 - Zahar -RJ
ESCOVAL - A ação da Química na nossa Vida - 2010 - Editorial Presença - Portugal
EMSLEY, John - Moléculas em Exposição - O Fantástico Mundo das Substâncias e dos Materiais que fazem parte de nosso dia-a-dia - 2001 - Zahar - RJ
FERREIRA, Ricardo - Vida de Cientista - 2007 - Editora Átomo - SP
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GREENBERG, Arthur - Uma Breve História da Química - Da Alquimia às Ciências Moleculares Modernas - 2009 - Editora Blucher - SP
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SANTOS, Robson Fernandes - História da Alquimia - 2010 - Editora Átomo - Campinas SP
SANTOS, Robson Fernandes e NEVES, Luiz Seixas das - Naturam Matrem - da natureza física e química da matéria - 2005 - Editora Átomo - Campinas - SP
SCHWARCZ, Barbies, bambolês e bolas de bilhar, os deliciosos comentários sobre a fascinante química do dia-a-dia - 2009 - Zahar - RJ
STRATHERN, Paul - Curie e a Radioatividade em noventa minutos - 2000 - Zahar - RJ
TRIGUEIRO, André - Mundo Sustentável - Abrindo Espaço na Mídia para um Planeta em Transformação - s/d Editora Globo - SP
TRIGUEIRO, André - Mundo Sustentável 2 - Novos Rumos Para um Planeta em Crise - 2012 - Editora Globo - SP
TRINDADE, Diamantino F. e TRINDADE, Laís S.P. - A história da história da Química - 2003 - Madras - SP
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VANCLEAVE, Janice - Química para Jovens - 1998 - Publicações Dom Quixote - Lisboa - Portugal
VANIN, José Atílio - Alquimistas e Químicos - O Passado, o Presente e o Futuro - 1994 - Editora Moderna
WEISSKOPF, Victor - A Revolução dos Quanta - Editora Terramar - Portugal
WOLKE, Robert L. - O que Einstein disse a seu cozinheiro - a ciência na cozinha - 2003 - Zahar - RJ
WOLKE, Robert L. - O que Einstein disse a seu cozinheiro 2 - a ciência na cozinha - 2005 - Zahar - RJ
WYNN, Charles M. e WIGGINS, Arthur - As cinco Maiores Ideias da Ciência - 2002 - Prestígio Ediouro SP
QUÍMICA: AMAI PARA ENTENDÊ-LA!!!
E, PARA FINALIZAR, UM BRINDE DA QUÍMICA
Um comentário:
prezado
na época do incidente da publicação deste artigo, trouxe o texto para discussão com meus graduandos do curso de licenciatura, durante nossa aula de história da Química ... gostaria, no entanto, de ter tomado conhecimento de sua palavras nesta ocasião, pois eu não poderia tê-lo dito melhor. Obrigada.
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