(Simone de Beauvoir, escritora francesa)
Rancho das Namoradas
Ary Barroso & Vinicius de Moraes (1962)
Já vem raiando a madrugada
Acorda, que lindo!
Mesmo a tristeza está sorrindo
Entre as flores da manhã
Se abrindo nas cores do céu
O véu das nuvens que esvoaçam
Que passam pela estrêla a morrer
Parecem nos dizer
Que não existe beleza maior
Do que o amanhecer
E, no entanto maior
Bem maior que a do céu
Bem maior que a do mar
Maior que toda a natureza
É a beleza que tem
a mulher namorada
Seu corpo é assim
como a aurora ardente
Sua alma é uma estrela inocente
Seu corpo é uma rosa fechada
Em seu seio, os pudores
Renascem das dores
de antigos amores
Que vieram, mas não eram
o amor que se espera
O amor primavera
São tantos seus encantos
Que para os comparar
Nem mesmo a beleza que tem
As auroras do mar
Eu...
Florbela Espanca
Eu sou a que no mundo anda perdida,
Eu sou a que na vida não tem norte,
Sou a irmã do Sonho, e desta sorte
Sou a crucificada... a dolorida...
Sombra de névoa tênue e esvaecida,
E que o destino amargo, triste e forte,
Impele brutalmente para a morte!
Alma de luto sempre incompreendida!...
Sou aquela que passa e ninguém vê...
Sou a que chamam triste sem o ser...
Sou a que chora sem saber por quê...
Sou talvez a visão que Alguém sonhou,
Alguém que veio ao mundo pra me ver,
E que nunca na vida me encontrou!
Homenagem a todas as mulheres pela passagem do dia Internacional da Mulher:
08 de março de 2007
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