sexta-feira, 21 de março de 2008

LEMBRANDO OU RELEMBRANDO VLADIMIR HERZOG


Por mataram o Herzog?

Comentário do blog:

Visitando a estante das Americanas deparei com um livro que me despertou interesse. Ao preço de R$ 9,90 (nove reais e noventa centavos) adquiri Meu querido Vlado do jornalista Paulo Markun. A sua leitura é obrigatória para quem desejar conhecer o perfil de Hergoz barbaramente trucidado nos labirintos de um dos piores antros de tortura da ditadura militar: o DOI-CODI de São Paulo localizado no cruzamento das Ruas Tutoia e Tomás Carvalhal no bairro Ibirapuera, em São Paulo. Após o assassinato frio do jornalista a ditadura inventou a farsa de um suicidio tecnicamente inverossímil. Não havia espaço físico para que o corpo do jornalista pendesse ocasionando a asfixia. A história escrita por seu companheiro de jornalismo e de prisão merece ser conhecida para servir de base a uma ou muitas reflexões sobre a truculência dos anos de chumbo.
Por que Herzog foi assassinado? Por ser formador de opinião, por ter pensado um Brasil livre e ter defendido com paixão suas idéias e seus ideais?
Para saber mais só tem um jeito: leia o livro.

Comentário de Paulo Markan (na capa do livro)

"Alguns vão parar no olho do furacão por vontade própria. Outros chegam lá por força das circunstâncias. Foi que aconteceu com Vladimir Herzog e comigo. Desde seu primeiro dia de trabalho na TV Cultura - onde assumira a direção de jornalismo, me entregando a chefia de reportagem - Vlado tornou-se o alvo preferencial de uma campanha que procurava apresentar a emissora como estando sob o perigoso controle dos comunistas, a serviço da subversão internacional. Vlado e eu éramos, realmente, militantes do então clandestino Partido Comunista Brasileiro, mas o projeto dele para o jornalismo da Cultura era claro, cristalino e fora previamente aprovado pelo governo do Estado. O anticomunista babão de alguns jornalistas, deputados e delegados estava a serviço da operação secreta que buscava liquidar o chamado Partidão e enquadrar os tímidos intuitos de abertura política do general Geisel, insuportáveis para os militares da chamada linha dura. Nos restava pouco a fazer diante daquela singular conjugação de fatores. E acabamos indo parar naquilo que os próprios agentes do Doi-Codi, o todo-poderoso organismo de repressão política definiam, orgulhosamente, como "a sucursal do inferno". Junto com dezenas de companheiros, fui preso dia 17 de outubro de 1975. Uma semana mais tarde, uma equipe do Doi-Codi foi à Cultura prender o diretor de jornalismo. Sob a promessa de se apresentar na manhã seguinte, Vlado dormiu em casa. Na manhã seguinte, cumpriu o combinado. Horas mais tarde, estava morto. Para encobrir o assassinato, forjaram seu suicídio por enforcamento - mais uma na longa série de mentiras com que os militares tentavam ocultar o que ocorria no porão do regime. Mas, pela primeira vez depois de muito tempo, a sociedade reagiu à uma morte sob tortura." - Paulo Markun
Serviço:
Markun, Paulo
Editora OBJETIVA
198 páginas
Por R$ 31,90
preço nas Americanas(com um pouco de sorte): R$ 9,90
ano de edição: 2005

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