segunda-feira, 2 de abril de 2007

NÃO QUEREMOS MAIS CHERNOBYLS


O tempo cura tudo, não é mesmo?

Já se passaram 20 anos desde que o nome Chernobyl tornou-se o famoso em virtude do pior acidente nuclear da história, que devastou as vidas de milhões de pessoas no oeste da Rússia, em Belarus e na Ucrânia. 20 anos depois, o pesadelo de Chernobyl para milhares de pessoas não acabou, e ainda é assustador.
A catástrofe de Chernobyl liberou cem vezes mais radiação do que as bombas atômicas jogadas sobre Hiroshima e Nagasaki. Ainda assim, muitos parecem simplesmente se esquecer do acidente ou tratá-lo como algo trivial e ignorar o que grandes doses de radiação podem fazer com vidas humanas. Infelizmente, a disputa em relação aos números e estatísticas do número de mortes e vítimas de Chernobyl desumanizou o que foi uma verdadeira tragédia para a humanidade. Os efeitos de Chernobyl atingiram milhões de pessoas. Outros milhares enfrentam ainda no dia-a-dia os efeitos, muito visíveis e dolorosos, da radiação liberada pelo desastre. Estamos contando as histórias de apenas alguns desses milhares de pessoas, tentando trazer à luz a face verdadeira da energia nuclear. Cientistas independentes e economistas sabem que energia nuclear é a mais cara fonte de eletricidade disponível, contando os custos de construção, administração, funcionamento, manutenção e desativamento das estações de energia nuclear. Mas uma análise econômica, sozinha, não consegue calcular os imensos custos desse tipo de tecnologia, como os impactos nos genes, unidades fundamentais da vida, o seguro e o custo de potenciais acidentes, o depósito de lixo radioativo a longo prazo, para cujo problema nenhuma solução viável foi encontrada até agora.A energia nuclear não é uma solução para mudanças climáticas. A enorme soma de subsídios necessária para manter a indústria nuclear viva está desacelerando e acabando com a revolução de energia renovável – que é a real solução para o problema das mudanças climáticas. Desde os anos 50, quando a eletricidade gerada por energia nuclear foi saudada como a resposta para os problemas mundiais de energia, a energia nuclear se mantém somente como uma fonte de energia marginal, atendendo a apenas 2% da demanda de energia primária global. Até mesmo essa pequena proporção não teria sido possível sem imensos subsídios públicos.

O que está escrito acima são dados econômicos, fatos, estatísticas. No entanto, outra história pode ser contada pelas vítimas da energia nuclear. Uma história de medo, doenças, traumas, sofrimento e dor. Só quem passou pelo drama de Chernobyl pode contar essa história.

Na foto uma criança vitimada pelo desastre nuclear de Chernobyl

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